quinta-feira, 6 de junho de 2013

RS: Tarso Genro propõe a indenização dos agricultores

Após a mobilização da tarde desta segunda-feira, quando indígenas e quilombolas cobraram um pronunciamento oficial do governo do estado sobre a demarcação de terras no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (4) o grupo foi recebido pelo governador Tarso Genro. Por volta das 16h30min, representantes dos povos caingangue, charrua e guarani, além de quilombolas gaúchos, se reuniram com Tarso no Palácio Piratini. Na ocasião, o governador afirmou ter legitimidade para tratar do tema e propôs a mediação por parte do governo para resolver o impasse com os pequenos agricultores.

Atualmente, indígenas e agricultores vivem em conflito em diversas áreas do estado. Há disputa visível em cidades como Mato Castelhano, Erechim, Getúlio Vargas e Lajeado do Bugre. Enquanto os agricultores reivindicam a posse da terra e a produção constante no local, os povos originários apontam para o direito ancestral ao acesso dessas áreas. Para Zaqueu Claudino, representante dos caingangues, "não demarcar a terra" que pertence ao povo indígena "é continuar com um genocídio que acontece há séculos".




Em sua participação, Tarso contestou as informações de que a suspensão das demarcações já esteja em andamento. Na reunião de segunda-feira, representantes da Casa Civil do Palácio Piratini e do próprio gabinete do governador creditaram o fato a um deputado ligado ao agronegócio. Hoje, Tarso Genro seguiu na mesma linha: "vocês não devem acreditar que eu tenha ido a Brasília com o agronegócio. A declaração dada pelo deputado (Luiz Carlos Heinze) não tem nada a ver com a reunião que eu participei, e na qual eles não estiveram".

Como solução para o conflito entre agricultores e indígenas, Tarso propôs o empenho do governo do estado na indenização dos agricultores ligados à produção familiar, que ocorreria de duas formas: no que diz respeito à benfeitoria das áreas e também quanto ao ressarcimento pelo título das terras. Desta maneira, o governo do estado crê que encontrará a saída para que, após o pagamento da indenização, os agricultores sejam reassentados em outros lugares. "Ou fazemos isso ou o conflito ocorrerá, e quem perde com este conflito é o indígena", reiterou Tarso.

Ainda assim, Tarso Genro reconheceu que é preciso haver um trabalho conjunto com o Ministério Público Federal e com o governo da presidenta Dilma Rousseff: a iniciativa de indenizar os atuais proprietários e demarcar as terras não seria apenas de responsabilidade estadual. Para o governador, o processo ganharia velocidade se as lideranças indígenas se reunissem com a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF) para antecipar acordos e conciliações entre os dois movimentos.

Ver mais http://www.sul21.com.br/jornal/2013/06/liderancas-indigenas-exigem-de-tarso-a-continuidade-das-demarcacoes-de-terras/

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